Começo, meio e fim. Simplificadamente, este é o roteiro de todas as histórias já contadas. E por que é tão difícil viver e aceitar a impermanência?

Existe uma tendência ocidental moderna de buscar avidamente a perpetuação dos fenômenos vitais considerados positivos: juventude, beleza, saúde, sucesso… E esta postura gera um sentimento aversivo em relação a tudo que se remete à finitude: doença, envelhecimento, morte.

Acontece que vida e morte são binômios inseparáveis e interdependentes. Negar o caráter passageiro dos eventos pode ser um dos principais motivos de sofrimento mental dos dias atuais.

Veja, relacionar-se com a morte não significa sucumbir à tristeza ou ao pessimismo. Aceitar a morte é poder morrer para um relacionamento falido e infeliz, para uma fase da vida que encerrou-se, para um emprego que já não traz novas perspecitvas, para uma ideia que esgotou-se.

E ao aceitarmos a morte, um novo caminho se abre: a possibilidade de renascer, de viver novas experiências, de mudar os paradigmas, de conhecer outras realidades.

Viver e pensar sobre a morte pode ser bastante terapêutico. Quando nos relacionamos com a finitude da vida, os dias passam ser dádivas e as experiências difíceis já não nos assustam tanto pois sabemos que as coisas vêm e vão, até mesmo aquelas mais sofridas e exaustivas.

Finalmente, quando a verdadeira morte chega, já não parece tão assustadora assim. Uma vida inteira de leva e traz suaviza essa ideia do fim. Todo encerramento, gera um novo começo. E assim o Universo flui.

Dra Fernanda Seixas

 Psiquiatra da Clínica CorpoMente

(61) 33632934

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