Eu moro
Nas entrelinhas

No olhar esperançoso e vago
Daqueles que escolhi cuidar

No meu próprio hesitar
Quando ouso a questionar

Nas miudezas da vida
Que insistem em me moldar

Eu moro
No grito da mãe
Que chora a vida do seu filho
Após o meu anunciar

É nessa inconformidade
Que vou me ancorar
Em meio a gritos e suspiros
Sem saber por onde andar

Desconstruir para significar
Talvez uma pausa
Seja útil para realinhar

Eu moro
Nos escombros do meu próprio ser
Na falta de sentido
E na falta de explicações

Reflexão de uma Psiquiatra que, inevitavelmente, se depara com perdas e inconsolos dentro de uma emergência manicomial.

Dra Fernanda Seixas

Médica Psiquiatra da CorpoMente

(61) 33632934\

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