É curioso pensar que esta dúvida reina no imaginário da maioria das pessoas, inclusive de vários profissionais da saúde. Falar de saúde/doença mental sempre foi um tabu, é como se tivéssemos que pedir licença ou desculpas para tratar destes temas. Assim, pouco à vontade, o senso comum se encarrega de criar suas próprias lógicas e entendimentos.
Psiquiatra? Médico de louco, profissional excêntrico, em constante flerte com o bizarro. Deus me livre passar perto de um. Psicólogo? Para que? Pagar para falar dos meus problemas? Prefiro investir em sapatos ou carros! Psicotrópicos? Remédios caros, que viciam e te dopam…
As estereotipias são infinitas. Diante desta sombra assustadora, o debate sobre bem-estar psíquico se desfalece. O resultado? Muito sofrimento! Dos que resistem a buscar ajuda, dos familiares envolvidos, dos sonhos que se apagam, das vidas que se vão…
É preciso conversar mais sobre estes temas. Quem não se identifica, em algum momento da vida, com palavras como ansiedade, tristeza, insônia, fadiga, procrastinação? E veja que bacana, existem profissionais ultra capacitados, que estudam anos a fio, investem em especializações e atualizações e são devidamente treinados para acolher as mais infinitas demandas, com sabedoria e compaixão.
O psiquiatra, especificamente, estuda 6 anos de medicina (sim, somos médicos), portanto, domina fisiologia e anatomia humana, é capaz de enxergar o indivíduo com totalidade, compreendendo e interagindo com o complexo corpo/mente de forma holística e terapêutica.
Como parte de sua especialização, passa 3 anos (a famosa residência médica) em total dedicação aos estudos da mente, das conexões cerebrais, os infinitos receptores e a fascinante ação do cérebro sobre todo nosso corpo. Aprende sobre as principais patologias psiquiátricas e seus devidos tratamentos. É capaz de diferenciar alterações de comportamento e suas diversas causas.
Portanto, o psiquiatra é o profissional habilitado a te auxiliar em uma infinidade de circunstâncias, desde a depressão, ansiedade, ataques de pânico, fobias diversas, obsessões, compulsões, insônia, alterações repentinas de comportamento, processos de luto, dependência química, esquizofrenia, transtornos de personalidade, entre outros.
O diagnóstico preciso de cada paciente é complexo, portanto não é o foco primordial nas primeiras avaliações. O profissional será definidor em avaliar o quadro como todo, solicitar exames, descartar causas orgânicas ou outros fatores precipitantes, medicar se necessário, proporcionar um alívio imediato dos sintomas mais agudos. Com paciência e dedicação, acompanhará o paciente em todas as etapas desta jornada em busca de bem-estar e serenidade.
O tratamento medicamentoso deverá ser prescrito apenas se houver indicação e sempre seguindo a máxima de utilizar a dose mínima eficaz pelo menor tempo possível. O remédio será escolhido individualmente, levando em consideração os antecedentes pessoais de cada paciente, comorbidades clínicas, contraindicações e perfil de sensibilidade.
O médico psiquiatra é um profissional treinado para acolher angústias, praticar uma escuta empática e oferecer um olhar humano sobre o sofrimento alheio. Não há espaço para julgamentos ou receitas universais. O tratamento é sempre individualizado.
A vida é naturalmente oscilante, momentos bons e ruins são esperados, não permita, entretanto, que a tristeza e a insatisfação se façam constantes e indissolúveis. Não hesite em procurar ajuda, busque um profissional capacitado.
Dra Fernanda Seixas
Psiquiatra da Clínica CorpoMente
(61) 33632934